Por Ana Lúcia da Costa Rafael
O mundo é globalizado, nossas famílias sofrem influências e interferências o tempo todo.
Não podemos negar a existência da valorização maior da família e do
cuidado com os filhos em nossa atualidade. É de conhecimento geral que nossa
felicidade e/ou satisfação com a vida tem relação direta com o bem-estar e
sucesso de nossos filhos e cônjuges.
Saber transformar a própria família numa equipe com hierarquia natural e relacionamentos mais colaborativos é uma
necessidade dos tempos modernos.
Contextualizando: o que estou falando, é sobre famílias mais
questionadoras, menores e com suas necessidades básicas garantidas.
Se quero transformar minha família em uma equipe, preciso que todos
tenham a clareza dos valores nos quais a família se baseia. Outro aspecto a
considerar são as necessidades e particularidades de todos os membros e não
apenas o de um. Lembre-se: um outro valor que não pode faltar em toda equipe
é a união.
Quando a família tem somente um filho, é tentador fazer a vontade da
criança sem levar em consideração a necessidade dos pais. Contudo, essa família
pode criar a falsa expectativa de que as vontades da criança sempre serão satis-
feitas e que as dos pais serão desnecessárias. Uma união baseada no desejo de
uma só pessoa não é viável e, de forma alguma, saudável.
Numa equipe, todos vibram com a vitória de cada membro e se envolvem
nos problemas uns dos outros; amor, empatia, união e respeito são valores básicos. Ao atender famílias, claramente vejo a capacidade das pessoas para resolverem problemas e conflitos quando todos estão envolvidos e determinados a
vencer como equipe.
Vamos imaginar uma família que con-
segue identificar os problemas e conversar
sobre eles, inclusive, com as crianças. É fan-
tástico!
Não é dessa forma que uma equipe faz?
Vamos nos reunir?
Quando isso não acontece, as famílias perdem, esquecem a importância
do hábito de se reunir na mesa do almoço e jantar, onde vários assuntos impor-
tantes e outros nem tanto podem ser debatidos. No filme, ‘A história de nós dois’
[Michelle Pfeiffer e Bruce Willis], a família tem como hábito conversar na mesa
do jantar e cada um conta a respeito de algo positivo e negativo que aconteceu
durante o dia e sobre possíveis soluções esta é uma dica bem bacana de iniciar
uma conversa com a família de forma casual e espontânea.
É possível a família criar o hábito de ter um horário para se reunir e discutir
sobre o que acontece com cada um dos seus membros, como cada um pode
colaborar, receber ajuda e trocar experiências.
Podem imaginar a segurança e tranquilidade que esta postura causa nos
seus integrantes? Saber que será ouvido na sua particularidade, receber a opinião
de quem o ama e realmente se importa com sua saúde, futuro, sucesso e bem-
estar.... será sempre muito importante.
Na família, é mais fácil expormos nossos sentimentos de amor, medo, raiva,
dentre outros, e assim, desenvolver a empatia. É importantíssimo ensinar nossas
crianças, desde muito pequenas, a se colocarem no lugar do outro e aprenderem
que existem mais de uma forma de resolução dos problemas do cotidiano.
Fazemos tantas reuniões de trabalho, lazer, religiosas e por que não reuniões
familiares? Ocupe seu tempo para transformar sua família em uma equipe feliz
e eficaz diante das adversidades da vida. Não tenha vergonha de amar e expor
suas dificuldades e medos. Você sempre terá mais experiência e conhecimento
de vida que seus filhos e eles sabem disso. Invista seu tempo com sua família e
depois me conte se gostou do resultado.
Forte Abraço!
Referências:
Papai, mamãe, você e eu? Conversações terapêuticas em familia com crianças/
organizadora Helena Maffei Cruz. – São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
Como educar meu filho? – principios e desafios da educação de crianças e de adolescentes
hoje/ Rosely Sayão.- São Paulo: Publifolha, 2003.
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